A liberdade castrada de ser o que se é.

Por Penélope C.

Olá queridos leitores! Espero que nas leituras presentes neste blog, vocês possam apreender algo interessante e se deixarem embeber por todos os temas aqui tratados. Uma ótima leitura a todos e obrigada pela visita!

Segundo a Constituição, há uma igualdade das pessoas perante a lei. Ou seja, não importa se a pessoa é negra, branca, índia, pobre ou rica — os mesmos direitos e deveres são amparados pela lei. Mas, isso acontece realmente?? Na teoria, temos também o direito de ser o que queremos ser, desde que não prejudiquemos ninguém e não transgredirmos a lei. Nós falamos em livre arbítrio e afirmamos com todas as letras, que cada um escolhe o que quer para si e tem liberdade de seguir o caminho que achar melhor. Mas, temos essa liberdade de ser quem realmente queremos ?? E os homossexuais entram na lista anterior dos “amparados” pela lei?? Vamos refletir e tentar chegar a uma resposta plausível, já que esta parece ser tão evidente...

Freqüentemente, ouvimos certas “balelas” protagonizadas por pessoas que dizem ser militantes e apoiarem as causas homossexuais.. Porém, esse “apoio”, estranhamente, ocorre de quatro em quatro anos, com objetivos muito bem definidos...

Com isso, observamos uma incrível transformação da sociedade em relação aos gays, como por exemplo, a mudança da palavra “homossexualismo” para “homossexualidade. Isso por que, esta carrega uma denotação mais agradável, enquanto aquela frustra, desagrada, pois leva a uma idéia de doença, devido ao sufixo “ismo”. Mas, não é assim mesmo que o homossexual é visto pela sociedade? Ah nãoo, estou louca, a sociedade não seria capaz de tamanha ignorância. Além do mais, depois que algumas poucas pessoas começaram a falar “homossexualidade” em detrimento a “homossexualismo”, nossas vidas mudaram completamente! Não necessitamos de mais nada!

É impressionante o que este verbo com apenas três letras carrega em sua essência...SER feliz, SER negro, SER branco, SER consciente, SER heterossexual, SER homem, SER mulher, SER humano, SER cristão, SER homossexual...

Ser HUMANO? Sim, esta é a denominação referida a nossa espécie. Nós nos relacionamos, produzimos, ajudamos, organizamos, respeitamos. Respeitamos? Sim, alguns respeitam uns aos outros, porém são raros.

Ser CRISTÃO? Bom, ser cristão, basicamente, é ter princípios embasados na fé, no amor ao próximo como a si mesmo. Esta última frase diz tudo! Se amamos o próximo, não importa a condição social dessa pessoa, nem a cor da sua pele, nem mesmo se ela crê em algo distinto de sua crença. Também não importa a opção sexual, já que o amor ao próximo é incondicional... Então, não parece uma contradição, por exemplo, nos intitularmos cristãos, sendo que não conseguimos gostar e aceitar os outros como eles são? Nem o Mestre dos Mestres julgou, mas isso acaba sendo “esquecido” por alguns.

A realidade é que, muitas vezes nos julgamos superior aos outros em diversas coisas e ficamos enclausurados dentro do nosso mundo inquestionável de verdades absolutas. Com isso, não refletimos sobre o que acontece a nossa volta, pois nada mudará nossa maneira de pensar.

Ser homossexual em um país homofóbico não é nada fácil. Muitas vezes, não ficamos sabendo certos fatos, porém, vários homossexuais foram e continuam sendo vítimas da ignorância de pessoas que não aceitam o que é diferente de suas concepções. Um exemplo, é a cidade de Campinas (SP), onde estão acontecendo crimes horrendos com homossexuais. Como será que podemos entender o porquê de uma pessoa ser julgada pelo simples fato de ter uma opção sexual diferente do que é tido como “normal” pela sociedade? Não parece ilógico uma pessoa ser massacrada por amar? Sim, porque amar é amar, independente do sexo em questão. Será que ser um heterossexual adúltero não se torna muito pior do que ser fiel a alguém do mesmo sexo? Quantas perguntas foram feitas até agora, não é mesmo?

Seria tão bom se refletíssemos sobre as coisas e não fossemos na onda do senso-comum... Seria maravilhoso se o respeito estivesse acima de qualquer situação e, principalmente, se cada pessoa “olhasse” seu interior e percebesse que ninguém pode julgar, pois, freqüentemente, somos julgamos por alguma coisa. E este julgamento acaba sendo sempre uma farsa, pois todos temos nossos defeitos, ninguém aqui nesse plano é puro o bastante para exercer esse ato.

Acerca de todas essas reflexões, será que vale a pena sair do armário? Bom, tudo na vida é relativo e, com certeza, assumir nossa identidade é algo que deveria fazer parte da nossa liberdade enquanto seres-humanos. Mas, sabemos que isso não ocorre. Então, será que vale a pena ficar à mercê dos homofóbicos, correndo riscos? Sermos discriminados em nosso meio profissional, agüentando chacotas e olhares beirando o nojo? Ainda há pessoas que acreditam que os homossexuais são possuídos pelo demônio...

Infelizmente, as atrocidades que ocorrem no mundo, sempre são conseqüências da intolerância — religiosa, étnica, social, de opção sexual, entre outras. As vezes, guerras começam, simplesmente por nenhuma das partes cederem e também por não haver uma boa comunicação. Tudo isso devido à INTOLERÂNCIA, ou seja, por não saber conviver ou pelo menos respeitar opiniões contrárias.

Sinceramente, não acredito que valha a pena pagar o preço de perder emprego ou morrer para querer mostrar e afirmar o que se é. Esta liberdade nos foi castrada... aliás, a liberdade é ilusória, pois ninguém é completamente livre! Sair do armário sem sofrer é para quem tem status, dinheiro e não depende muito do sistema, no qual vivemos. É duro, porém é a verdade. Penso que um dia o ser humano irá evoluir, e tudo será diferente. Mas, enquanto isso não acontece, pratiquemos o respeito, que será um grande ato! Ah, não podemos deixar de parabenizar quem dá a cara para bater, pois este é um ato muito corajoso e digno de admiração! Como sempre digo, tudo é relativo. Portanto, essa questão depende da situação de cada um e de suas concepções acerca desse tema.

Um abraço a todos os leitores!

Viva a diversidade!

Parabéns aos que respeitam essa diversidade!!