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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Diga a orientação que tens e te direi além!

Por Penélope C.


Por que será que em tudo nessa vida há rótulos?? Até para caracterizar um ser e distingui-lo de outro através de nomes há estereótipos. Os indesejáveis apelidos rondam à porta dos que os detestam e também a dos gays.

"Menina... soube de um babado, a Felisberta é sapatão, que horror!!

Criança: "O que é sapatão mamãe? É um sapato enorme?"

Lésbica, cola velcro, caminhoneira (para as masculinas), sapa, entendida (pior se fosse desentendida), sapatilha, amopola, bailarina, sandalinha, machorra, Chuck (sim, do Boneco Assassino), e o mais novo, Lesbian Chic, enfim... vários sinônimos para definir a mulher que se rende aos encantos de outra.
De onde surgiram? Lésbica surgiu devido à Ilha de Lesbos (Grécia), onde viveu uma das maiores poetas da história que foi Safo de Lesbos (séc. VI a.C), que escrevia poemas voltados para as mulheres e, por isso, tida como homossexual. Percebe-se um desejo incontido em um dos seus cantos, Catulo, Ode 2:


Pássaro, delícias da minha amiga
com quem brincar e ter no colo, a quem
no ataque dar a ponta dos dedinhos
e acres dentadas incitar costuma
quando lhe apraz ao meu desejo ardente
um capricho, um gracejo preparar,
não sei qual, um consolo à sua dor,
creio, para aclamar o ardor assim –
ah poder eu também brincar contigo
e tristes aflições tirar do peito
é tão bom para mim quanto à menina
veloz se diz que foi a maçã de ouro
que o cinto atado há muito enfim soltou.

Para nós, lésbicas, é uma honra termos esse nome como homenagem à Safo, embora muitas não gostem...
Os outros nomes surgiram com o passar do tempo, culturalmente, e se firmaram no universo gay feminino.

Muitos utilizam tais adjetivos para zombar e, muitas vezes, atacar com o intuito de ferir os sentimentos gays.
Pode parecer algo sem importância, mas resolvi escrever esse tópico porque tenho presenciado muito isso pela internet! Pessoas que se escondem atrás de fakes para incitar violência e intolerância, o que leva a crer que é pura covardia.

Qual o problema se gostamos de mulher?? Chamem-nos do que quiserem, contanto que não faltem com o respeito, pois merecemos isso como qualquer pessoa.
Muitos levam na brincadeira os apelidos (inclusive eu), porém não pode passar para o desrespeito, pois assim se torna ataque aos direitos inerentes a todo ser humano.

Essa diversidade linguística apresenta uma série de fatores e características que foram adquiridas com o passar dos anos, embebida em muito preconceito e estigmas. Cabe a nós, homossexuais ou não, darmos um basta à falta de consideração que alguns proferem contra nós , com atitudes de desamor e ódio, como se não fossemos alguém.
Os gays homens sofrem isso na pele diariamente, pois são taxados com nomes horríveis, muitas vezes, que beiram o cúmulo do ridículo. Quem nunca ouviu uma piada gay?? Todos caem na gargalhada, porém não percebem que estão reafirmando o que está por trás disso tudo.
Reiterando, que não sou contra os apelidos e nem sou utópica a ponto de acreditar que isso possa acabar. Não concordo com o teor da brincadeira...

Acredito que nosso papel deve ser o de não reforçar preconceitos, intolerância e violência, não somente com os gays, mas também com os negros, pobres, loiras, gordinhas, etc. Esse deve ser nosso objetivo, pois, teoricamente, somos iguais perante a lei! Vamos colocar isso na prática?

Só um pequeno post para refletir!

Abraço caloroso da Penélope ;)

Um comentário:

  1. Adoreiiiiiiiiii, Arrasouuuuuu!!!!
    concordo em genero, grau e numero!
    kkk
    Perfect!
    Jana Sagitar

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