BBB10 - Rede Globo: Amiga da inclusão ou da manipulação??

Por Penélope C.

Quem já assistiu ao BBB10? Não vale mentir... Tudo bem que quem vê programas de reality show é visto como ignorante, inculto, sem tempo, até meio burro, por algumas pessoas, mas não devemos rotular nada nessa vida. Realmente, se pusermos atenção na ação em si: bisbilhotar a vida de pessoas comuns ou celebridades, por curiosidade e fazer disso um passatempo prazeroso... é para acabar! Mas, não há nada de bom nisso? Na verdade o Big Brother funciona como uma novela da vida real e é por isso que faz sucesso, a ponto de alguns até comprarem o canal pay-per-view para acompanhar 24h o que se passa na casa!rs
Eu, particularmente, acredito que gastar o tempo com atividades produtivas seja muito melhor, mas, às vezes, um pouco de BBB não faz mal a ninguém, desde que se gaste 5 minutos para ver e não tenha nada melhor para fazer.
Nunca acompanhei, mas este que está passando eu vejo quando posso, por que será??rss

Como muitos sabem, o BBB10 está um tanto diferente, no quesito "diversidade".

Nesta nova edição do programa, o qual conta com a participação de um gay (Sérgio Francischini), um travesti (conhecida Dimmy Kieer) e uma lésbica (Ana Angélica Abreu), senti motivação em acompanhar o que acontece com os brothers (que de brothers não têm nada) e, claro, analisar a postura do que acontece por trás das câmeras sobre esta temática.
Sendo assim, o questionamento é o seguinte:
A Rede Globo está atenta ao que acontece na sociedade e, por isso, aberta a acolher, de forma inclusiva, os "excluídos" da sociedade? Referindo-me como "excluídos" àqueles que sofrem algum tipo de discriminação.
Ou
A emissora está usando os gays como mais uma estratégia para alavancar a audiência?

Um canal de televisão, seja ele qual for, tem como objetivo principal o lucro, como muitas outras coisas do nosso mundo capitalista. Portanto, quanto mais audiência, mais dinheiro para o bolso delas.
vamos recapitular algumas coisas do programa:
Já na apresentação dos confinados ao público, Pedro Bial aproveitou para cutucar a orientação dos Dicesar Ferreira e Ana Angélica, à qual se mostrou surpresa com a pergunta já no primeiro dia, mas respondeu sem hesitação. Depois disso, na primeira prova do líder, foram formados grupos (Sarados, Cabeças, Ligados e Coloridos). É lógico que os gays ficaram neste último.

Os participantes foram escolhidos segundo suas características, inclusive orientação sexual. Mas, cada nome dado ao grupo equivalia a um adjetivo. É claro que a palavra "colorido" dependendo do contexto pode ter função adjetiva, porém, será que todos sabem disso? Colorido vem do arco íris e remete a um sentido de liberdade (cores se misturam e não se confrontam), alegria, etc. Deveriam ter explicado isso, pois já ouvi muitos dizerem que Colorido não é qualidade e, portanto, estão os excluindo. Por que dividi-los dos outros? Será que isso não é uma estratégia?

Com relação ao tema tratado não posso afirmar nada, pois a emissora pode ter, sim, pensado nessa questão de direitos iguais e inclusão social, porém, está sendo usado em benefício próprio, sim!!
Sem contar uma questão chave, que é o número incontável de gays, bissexuais e travestis que temos no Brasil. Estima-se, que 10% da população brasileira seja gay, ou seja, aproximadamente 18 milhões de pessoas, fora os que estão no armário (onde me enquadro! hihihihi). É muita gente, não é verdade? Agora, imagine esse número convertido em pontos no IBOPE? Será que dá alguma diferença?

É muito interessante que coloquem gays nos programas ou quaisquer lugares que queiram, no entanto, não deveriam fazer sensacionalismo disso ou usar dessa arma para manipular as pessoas ou se fazer de amiga do bem-estar dos oprimidos.

Se fazem isso porque são seres humanizados, então por que não colocam os portadores de necessidades especiais também!! Talvez seja porque não causará polêmica...
Podemos assistir o que nos faça bem, seja o que for, mas sempre com percepção para ver o que eles realmente estão fazendo, qual a intencionalidade do ato em si.
Pela mídia, quase sempre, somos tratados como marionetes e é isso que devemos prestar atenção, pois burro o brasileiro não é, com certeza!!
Não podemos ser joguetes nas mãos da mídia!!

Rede Globo, a dignidade manda lembranças!